ALCACHOFRAS DA LUXÚRIA

Não mortas, apenas descansando... Ou algo assim, sei lá.

quinta-feira, agosto 11, 2005

capítulo 12: "Fuzuê Mortal No Capão"

resumo dos capítulos anteriores:

Filho da Puta, nosso achincalhado herói, contou para Flor de Eucalipto, sua irmã gêmea cuja alma agora está presa dentro de um corpo de coelho, que Gerundina, a única mulher que conseguiu conquistar o coração de nosso herói e tem o péssimo costume de não conjugar verbos de forma correta, é na verdade líder de uma organização religiosa militar de extrema direita: os Pronomes.

É nessa hora que Flor de Eucalipto percebe que os pais adotivos do Filho da Puta, o travesti conhecido por Puta e o distraído conhecido como Desconhecido, correm perigo pois eles são os únicos que podem oferecer pistas sobre o passado dos dois irmãos, segredos que, se desvendados, podem ajudá-los a encontrar as Alcachofras da Luxúria, vegetais que podem ser a chave para a dominação mundial - dominação essa, aliás, que Gerundina jurou impedir.

Mal sabem eles que Gerundina e seus mercenários já chegaram na casa da Puta e do Desconhecido.

Enquanto isso, o autor ainda sente-se envergonhado pelo erro grosseiro relatado no resumo anterior, quando percebeu que os leitores não conseguiam entender que o Filho da Puta não mora com seus pais, mas sim sozinho. É nessa hora que Odair decide tomar uma atitude! Pega um caderno, acessa o blog alcachofras.blogspot.com decidido a tomar notas de todos os capítulos para não se perder mais.

E na hora que Odair acessa o primeiro capítulo e vai começar a rabiscunhar no caderno é que ele chega a uma descoberta aterradora: após anos usando computador, ele esqueceu como se faz para escrever a mão.

capítulo de hoje:

O táxi corria veloz pelas ruas do Capão Redondo. Há mais de vinte anos que a Puta e o Desconhecido moravam lá. Fora ela quem escolhera o bairro, falando que o nome dele fazia ela lembrar de um antigo desejo dela.

"É ali!" - gritou o Filho da Puta para o motorista - "você pode parar ali, entre aquela placa de 'proibido estacionar.' E aquela picape do CET!"

"Sem problemas, patrão..." - concordou o motorista, comprovando assim sua total aptidão para a carreira taxista paulistana.

O Filho da Puta pegou Flor de Eucalipto debaixo do braço, pulou do carro e correu para o prédio de seus pais, gritando para o motorista:

"Fica com o troco!"

"Mas que troco, idiota, você não me deu dinheiro nenhum!"

"Pô, arruinou o clima..." - choramingou o Filho da Puta, voltando e entregando vintão.

"Vai logo Filho da Puta" - apressou Flor de Eucalipto - "já pode ser tarde demais para seus pais!"

"Tem razão!" - gritou nosso herói, que novamente correu para o prédio de seus pais gritando "Fica com o troco!"

"Valeu patrão!"- respondeu o taxista, enquanto esfaqueava o funcionário do CET - "tenha uma boa noite, hein?"

O Filho da Puta entrou no prédio. Boa noite? Ele sabia que o único jeito da noite ser boa seria se matasse antes de ser morto. Sim. Aquela noite ia ser um jogo de truco mortal contra a Dona Morte, e ela que estava dando as cartas. E pior ainda, o Filho da Puta simplesmente odiava aqueles babacas que ficavam gritando "Truco, marreco" e afins.

Flor de Eucalipto perguntou:

"Onde ficam os elevadores?"

O Filho da Puta atravessou uma portinha e respondeu - "Chegamos mais rápido de escada" - e começou a pular de dois em dois degraus.

23 minutos e duas paradas cardíacas depois, eles chegaram no andar dos pais do Filho da Puta.

"Você podia ter falado que era no andar 38..." - reprovou a coelha.

"Fica quieta que eu te carreguei..." - retrucou o Filho da Puta, ainda sentindo o gosto de baba de coelho por causa da respiração boca-a-boca que ela fizera para ressuscitá-lo entre o 23º e o 24º - "É aqui! Vou arrombar a porta!"

Dentro do apartamento, Gerundina e seus Pronomes ouviram um baque e um gemido parecido com "minhas omoplatas... acho que quebrei minhas malditas omoplatas..."

"Líder Gerundina, acho que estão tentando arrombar a porta!" - disse Ele, o pronome que era a terceira pessoa na hierarquia daquele grupo de combate.

"Sim, soldado Ele, eu já estava percebendo. Rápido, vocês três..." - apontou para outros três pronomes, o Nós, o Teu e o Lhe - "Saiam pelo buraco que abrimos na parede e peguem quem quer que esteja aí fora antes que os vizinhos percebam algo!"

Os três atravessaram o rombo e apontaram suas sub-metralhadoras Ingram Mac-10 para o corredor. Então encontraram o Filho da Puta e Flor de Eucalipto.

"O que vocês estão fazendo aí?" rosnou Lhe, enquanto olhava obliquamente por baixo da viseira de seu quepe.

"Eu tava arrombando a porta dos meus pais..." - respondeu o Filho da Puta e, esfregando o ombro, completou - "mas acabei machucando meu joelho... Esperem! Quem são vocês?"

"Nós somos os Pronomes, soldados da verdade e da justiça que fizemos esse buraco na parede, invadimos o apartamento, amarramos e torturamos seus moradores para arrancar deles as verdades que ajudarão nossa líder a impedir os hereges que querem dominar o mundo!"

"Exatamente o que eu suspeitava!" - disse o Filho da Puta - "vocês soldadinhos são incapazes de conjugar verbos na primeira pessoa do singular!"

"Não somos não!" - respondeu Nós.

"Mas irmão, você tem certeza que esses caras são de um exército?" - perguntou Flor de Eucalipto, e em seguida apontou para o Teu - "vestidos com essas roupitas iguais ridículas eles parecem mais é que estão usando o uniforme de algum time."

"Mas que time?"- perguntou Teu, fazendo o autor da novela ter que se controlar muito para não cair num nível de piada estilo Casseta e Planeta.

"Agora chega de falatório! Entrem logo nesse buraco da parede!"

"Poxa Filho da Puta... Como foi que você não viu esse buraco antes de tentar arrombar a porta? Era só a dois metros dela!" - criticou Flor de Eucalipto.

"Na verdade eu vi, mas curti essa de arrombar portas..." - sorriu o Filho da Puta enquanto adentrava a sala de seus pais.

"Ei filhão, como vai essa força?"- saudou amistosamente o Desconhecido.

"Querido, você não acha que saiu com pouco agasalho? Está frio..." - ralhou carinhosamente a Puta.

"Espere aí..." - surpreendeu-se o Filho da Puta - "Vocês não foram torturados?"

"Ah, isso? Uma simples bobagem..." - disse a Puta - "você viu quem veio nos visitar, Filho da Puta? Aquela sua ex-namorada que gostava das minhas Bracholas!"

"Oi babyzinho, eu estava imaginando que você ia estar aparecendo uma hora ou outra" - falou Gerundina.

Ela estava segurando uma Luger, a pistola nazista que é a arma predileta de 8 entre 10 vilões estilosos.

"Olha mãe, é igual aquela minha pistola de plástico vermelho que atirava setas, que era minha predileta e que você tirou de mim quando eu vazei o olho do bedel no colégio!" - nostalgeou-se o Filho da Puta.

Flor de Eucalipto ignorou seu irmão e disse:

"Eu já entendi tudo, Gerundina! Agora que você sabe do poder das Alcachofras da Luxúria está querendo usá-las para dominar o mundo e consertá-lo de acordo a ótica distorcida e careta de sua organização reaça!"

"Nossa... Sabe que eu não estava reparando nessa possibilidadezinha?" - disse Gerundina, e quando viu o Filho da Puta olhar feio para a coelha, ela completou "Birncadeirinha, gente! Eu reparei sim... Mas vocês sabem como é... Nosso papaizinho do céu disse que nós nãããão iamos estar podendo dominar uns aos outros e tal, então eu não posso estar fazendo isso, mesmo que sendo para o bem. E também para estar seguindo a palavrinha de Deusinho que eu não vou poder estar deixando vocês dominando o mundo. É por isso que eu vou estar matando vocês todos!"

"Mas que poder de oratória!"- emocionou-se o Filho da Puta que depois percebeu que estava se rendendo aos encantos de Gerundina, beliscou-se para acordar e perguntou - "Gerundina, o que você fez com meus pais?"

"Eu tive que estar torturando eles um pouquinho, oras..."

"Com facas?"

"Não, babyzinho, eu estive torturando seus papaizinhos, mas consegui estar sabendo tudo que queria sem estar batendo neles, só no tetê a tetê" - disse Gerundina batendo com os dedos no meio dos lábios e, em seguida, soltou a garganta com aquela velha da Tetê - "Voooocêêêêêê praaaaa miiiiimm eeestaaaar seeendooo ooo sooooool..."

"De novo nããããooooo..." - gritou a Puta.

"Genebra proibiu! Genebra proibiu!"- gritou o Desconhecido.

Enquanto ouvia a música e via os pais sofrendo, o Filho da Puta virou bicho! Amor? Medo de Morrer? Nada disso importava perante o ódio daquela mulher que ousara cantar Tetê Espíndola na sua frente.

Ele sacou a pistola do cós da sua calça (sim, ele lembrou de pegá-la no armário antes de sair) sem nem mesmo sentir o arrepio, pois o jorro de adrenalina deixara sua pele insensível até mesmo aos pequenos prazeres da vida. Apontou-a para Gerundina e controlou-se para não gritar "Morra Puta, Morra!", pois sua mãe podia não entender e levar para o lado pessoal. Apertou o gatilho três, quatro, cinco vezes.

E nada aconteceu...

"Maldita Dona Ardósia..." - xingou o Filho da Puta, lembrando de sua vizinha que pegara as balas emprestadas para se vingar do tabelião irresponsável que deixara o pai dela registrá-la com aquele nome.

"Babyzinho... Sempre tão distraidinho..." - Gerundina sorriu meigamente - "bom, agora vocês vão estar tendo que estar me desculpando, mas vocês vão estar precisando de estar morrendo..."

"Qualquer coisa preu parar de ouvir esses gerúndios... Pooor favooor..."- gemeu Flor de Eucalipto.

"Mas queeeecoeeelhinhofofiinhÔÔ! Há quanto tempo você está tendo um bichinho de estimação, babyzinho?"

"Mas que bicho de estimação, Gerundina? É minha irmã, Flor de Eucalipto. Lembra? Aquela que você baleou na cabeça? Pra salvá-la eu coloquei a alma dela dentro desse corpo de coelho."

"Você então está enganando a morte, queridinha?"- perguntou Gerundina para Flor de Eucalipto, mas antes que a outra pudesse responder, ela continuou - "bom, você só está adiando o inevitável." - e então ela olhou para seus soldados.

"Vocês!"

Eles se entreolharam, então o sargento Vocês perguntou:

"Só eu ou nós todos, líder?"

"Eu?" - perguntou Nós.

"Eu devia ter chamado vocês de Numerais ou Adjetivos... Nós, Lhe e Teu vão estar vindo comigo! Ele, Vocês e Tu vão estar ficando para estar cuidando deles!" - disse Gerundina, que para evitar maiores confusões teve o cuidado de apontar para cada homem a que ela se referia.

Ela andou até o Filho da Puta.

"Tchau babyzinho... Eu não vou estar aguentando ver você morrendo, então vou estar deixando meus homenzinhos cuidando disso pra mim. Agora estou andandinho, pois já estou sabendo o que estava querendo para poder estar destruindo as malditas alcachofrinhas. Adeusinho"

E seguida por três soldados, Gerundina foi passando pelo buraco na parede.

O Filho da Puta tinha que tentar arrumar uma solução. Apelou para a honra:

"Ei, vocês vão mesmo ter a cara-de-pau de atirar num homem desarmado?"

"Espera filho" - interrompeu a Puta - "Você quer dizer que não tem outra arma fora aquela descarregada?"

"Isso..."

"Por quê você não disse antes, bobinho? Tem uma guardada nesse gaveteiro aí do seu lado!"

Ao ouvir aquilo, o Filho da Puta pulou na direção do móvel.

"ATIREM NELE!" - gritou um dos pronomes.

As submetralhadoras começaram a cantar sua melodia de fogo e chumbo. E o pior, o ritmo era de thrash metal.

Enquanto as balas voavam à sua volta, o Filho da Puta abriu a gaveta.

"Minha Luger de plástico! E com seis setas!"

Ele colocou uma seta dentro do cano, apontou para o olho de um dos pronomes e atirou.

E exatamente NESSA hora que o autor da novela decidiu que ele deveria homenagear, pela segunda vez, John Woo, dessa vez construindo um daqueles balés da violência descritos em câmera ultra-lenta!

A seta de plástico voou um centímetro.

Por reflexo, Flor de Eucalipto fechou os olhos para umidecê-los.

Um dos pronomes mexeu um cílio.

Outro pronome, que percebera que a seta da Luger ia atingí-lo, começou a ver sua vida inteira passando perante seus olhos e consequentemente parou de enxergar o que acontecia à sua volta e perdeu qualquer chance de perceber a trajetória da flecha e esquivar-se.

Sem motivo aparente, outro pronome pensou no quadro Mona Lisa.

A seta de plástico moveu-se outro centímetro.

As partículas sub-atômicas de um átomo de oxigênio que estava por ali deram uma volta em seu núcleo.

O planeta Terra moveu-se levemente para o lado.

Entediado, um leitor da novela fechou a janela do blog, para nunca mais voltar.

Odair Leme percebeu o erro e decidiu reacelerar as coisas, mas suas mãos estavam longe do teclado. "Nããããooooooooooo..."ele gritou com uma voz completamente distorcida pois o slow-motion também alterava o som das coisas.

Outro leitor começou a levar o ponteiro de seu mouse na direção do "X" que fecha a janela do browser.

As mãos de Odair aproximaram-se do teclado.

O ponteiro se aproximou mais do "X"

As mãos relaram no teclado.

O leitor errou a posição do "X" e ao invés de fechar, apenas minimizou a janela, dando tempo de Odair Leme voltar o texto ao ritmo normal.



A seta de plástico entrou no olho de Tu, interrompendo a recordação do momento em que ele pescou sua primeira truta. Gritou de dor e, cambaleando para o lado, acabou entrando na linha de tiro de Ele. A rajada atirou-o longe, o sangue pintando de vermelho as paredes.

Ele e Vocês continuaram atirando furiosamente no Filho da Puta, que estava escondido atrás do sofá de titânio de sua mãe, que podia até não ser muito confortável, mas era muito fácil de limpar que umd e tecido.

"ATIRA NELES, FILHO DA PUTA, ATIRA NELES!" - gritou Flor de Eucalipto, não ajudando em nada com a obviedade de seu incentivo.

"Tá foda, Flor! Eles não param de se mexer, então fica difícil atirar pois é mó difícil acertar o lugar onde os pronomes estão..."

Os dois pronomes pararam para recarregar suas Ingram, e foi nesse momento que se ouviu uma longa rajada de sub-metralhadora.

Ele e Vocês caem no chão. Mortos.

"Caramba! Eu sempre quis fazer isso!" - disse o homem que entrava pelo buraco da parede - "sorte que a arma daquele que morreu primeiro veio cair aqui fora, hein?"

"Quem é você?" - perguntou o Filho da Puta.

"Um amigo..."

"Pra ser sincera, já te considero até mesmo o meu MELHOR amigo, só por ter ajudado a gente, moço!" - disse Flor de Eucalipto, saindo de dentro do vaso onde se escondera.

O Filho da Puta sentiu uma ponta de ciúmes. Então resolveu diminuir a façanha do outro.

"Ah, como você sabe se eles nos salvou? Meus pais podem ter morrido no fogo cruzado, oras..." - então virou-se para seus pais e perguntou:

"Vocês não estão bem, né?"

"Droga filho..." - gemeu a Puta com a mão no peito- "A sorte é que o silicone parou a bala, mas agora meu seio esquerdo está vazando..."

"Poxa, se pelo menos tivesse sido no Asdrúbal..." - resmungou o Desconhecido.

"Irmão, deixa de ser tonto. Ele nos salvou. Agora agradeça."

"Tá, tá... Obrigado, moço..." - falou, contrariado, o Filho da Puta - "mas a gente ia dar um jeito sozinhos."

"Não, não iam..." - respondeu o outro.

"Ué, como você sabe?"

"Eu sei muitas coisas... Mais do que vocês pensam, na verdade... Estou acompanhando a história de vocês desde o começo. Na verdade , eu poderia até dizer que os conheço como se tivesse criado vocês e percebi que tinha chegado a hora deu dar uma ajudinha..."

O Filho da Puta irritou-se.

"Mas quem é você, porra? Qual o seu nome?"

"Quem sou eu?" - perguntou o outro - "Oras, Eu sou Deus..." - e soprou a fumaça do cano da sub-metralhadora.

(continua no próximo capítulo:
13: "Azar É Pra Quem Não Tem Sorte" )

5 Comments:

At 8:56 PM, Anonymous Anônimo said...

PRIMEIRAAAAAAAA!!! EEEEEEEH!!!!

Puxa, cê tá cada vez mais doido mesmo...

Ah, acho que os capítulos poderiam ser às terças e sextas. Puts, vai ser ****** pra esperar até o próximo.

Só me jure que Deus não vai narrar o próximo capítulo em primeira pessoa.

Beijocas, Lu.

 
At 9:56 PM, Anonymous Anônimo said...

Caro autor,
Eu sabia!! eu sabia!!!
Então não é só Jesus que Salva, Deus também!!!!

PS. não esqueça de salvar o proximo capitulo, vai que da pau no micro!!

o leitor

 
At 10:02 PM, Blogger Adriano Vannucchi said...

Ei Lu!
Pô, eu não sou doido não... o Odair que é...

ahahah, pô até que é uma essa idéia de Deus narrar o próximo em primeira pessoa! :P

Aliás, eu tinha te falado de uma surpresa no capítulo 13, lembra? Na verdade era essa, que eu adiantei um capítulo.

beeeijos
a

 
At 10:05 PM, Blogger Adriano Vannucchi said...

Pô Cacau, pensa assim... Jesus salva, mas é óbvio que ele tinah que ter aprendido com alguém!

Papaiê todo-poderoso tem umas cartas na manga!

Salvar arquivos? NUNCA! Se você salva os arquivos eles perdem o lado performático da escrita...

abraços
a

 
At 12:55 PM, Blogger Gabriela said...

ah, eu nunca gostei de pronomes... ainda bem que eles morreram!
o comentário sobre o alcachofras entra no mastix segunda, tá? essa semana que passou não deu tempo de fazer e tal...
beijo

 

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