capítulo 9: "Rap Serelepe"
resumo dos capítulos anteriores:
Pra início de conversa tivemos vários narradores.
Teve Adriano Vannucchi, teve Filho da Puta e teve Deus.
Mas agora é minha vez, e para os outros... ADEUS!
Sim, meus filhos... Agora vocês acompanham o verdeiro treme-treme.
O incomparável, inenarrável, insofimável, indefenestrável: Odair Leme.
Dominador das letras tal e qual o mais fino dos menestréis.
Irá escrever uma novela para se rir a largos decibéis.
Fique tranquilo que essa novela nunca irá dar xabú.
Pois chegou agora um puta autor. UHU!!!
Então retomemos... Vejamos onde tínhamos parado.
Ah, sim... Gerundina tinha sua arma disparado.
E antes que mais possamos enrolar.
O capítulo de hoje vamos logo começar:
A bala voou pelo ar.
E direto num olho ela foi pegar.
Entrou pela cabeça, saiu no meio das costas.
Pobre ratinho, morreu só porquê de tua raça ninguém gostas.
"Tenho nojo desses bichos" –
resmungou Gerundina que depois completou –
"Estou sempre atirando neles quando vejo eles saindo de lixos.
Bom, babyzinho, já gastei duas balas e ainda não atirei em você.
Mas agora eu vou estar fazendo o quê eu não queria fazê."
"Porquê você está falando com rimas, Gerundina?
Porquê tanto atrasas a minha sina?
Oh Meu Deus, por rimas também falo eu!
Agora com certeza fodeu!"
"Deve ser o novo narrador, o tal Odair Leme, tendo ideinha...
Quer fazer poesia, mas não chega nem no nível daquela da batatinha.
Pobre coitado, vai estar emulando Shakespeare querendo aparecer...
mas não está chegando aos pés de meu idolozinho, o Gessinger..."
"Pare, Gerundina... Você disse um dos maiores desvarios que já ouvi.
Quer dizer que você é fão dos Engenheiros do Havaí?
"Eles vão estar sendo pra sempre minha bandazinha prediletinha.
Melhor que eles só mesmo almoçar uma chuletinha."
"Bom Gerundina... Me desculpe mas a situação acaba de mudar...
Me RECUSO a deixar uma fã de Engenheiros me matar!"
Num gesto rápido, o Filho da Puta levou a mão às costas.
Sacou seu 44, apontou-o pra cara de Gerundina e equilibrou as apostas.
Os dois, ex-amantes, ficaram ali, apontando suas armas para suas fuças.
Qualquer um dos dois que fraquejasse ia deixar as coisas russas.

Estavam travados, numa situação digna de qualquer filme do John Woo.
Queriam atirar, mas não podiam sequer mandar o outro tomar no cu.
"Vai tomar no cu, Gerundina!" resmungou o Filho da Puta,
mostrando que para ele, contradizer o narrador é uma diária labuta.
"Ah Babyzinho, você tem certeza que você ia estar em mim atirando?
Não está percebendo que com isso nosso amor ia estar acabando?"
"Qualé Gerundina! Não tem choro, nem vela!
Se mulher puxa a arma pra mim, eu passo fogo nela!
E não se engane, posso até sentir saudades de suas tetas!
Mas nessa cidade tem outros cinco milhões de bocetas!"
"Você está sendo muito boca-suja, babyzinho.
Mas acho que está esquecendo de alguinho...
Você está esquecendo de sua pobre irmã.
Aquela com a cabeça aberta, mais parecendo uma romã.
Ela que até estava sobrevivendo à perda de uma tíbia e um perônio.
Mas e agora, deitada em meio a uma sopa de neurônio?
Você pode até estar conseguindo me matar,
mas será que você estará conseguindo se safar?
E se a morte você por acaso encontrar,
quem poderá sua irmã ajudar?"
O Filho da Puta teve que conter sua fúria com muito afinco.
Mas a ira era brutal, e ele fez tanto esforço que seu cu até fez vinco.
Mas percebeu que assim ele não poderia ir para nenhuma parte.
E lembrou-se do ditado: Nascer é sorte, mas sobreviver é uma arte.
"Empate?" - Gerundina perguntou.
"Empate." - o Filho da Puta concordou.
Lentamente, Gerundina foi recuando,
mas continuava para a cabeça do Filho da Puta apontando.
Ele também a manteve na mira até a porta.
Embora estivesse sentindo fome e vontade de comer torta.
"Não pense que vai estar estando tudo acabadinho entre nós..."
- Gerundina falou e depois acrescentou –
"apenas vou esperar uma hora em que estejamos a sós.
Porquê eu sei que vou estar te matando.
Mas antes disso, por uma última noite nós estaremos nos amando."
Então, pela porta do puteiro Gerundina saiu.
E eu tenho que me segurar para não rimar com "Puta que Pariu".
Inclusive porquê algum leitor ainda pode estar desavisado.
E pensar na mãe do Filho da Puta, mesmo ele sendo adotado.
Quando o Filho da Puta viu que Gerundina saíra, ele ficou contente.
Ele não teria como atirar, pois sua arma não tinha balas no pente.
Não é por não querer atirar que ele carrega a arma vazia.
O problema é que ele emprestou toda a munição para sua tia.
Ele sentiu um arrepio ao, no cós da calça, o 44 guardar.
É que no rêgo de sua bunda o cano frio acabou por resvalar.
Então, olhou para sua irmã gêmea, Flor de Eucalipto.
A bala entrara no seu olho, logo ao lado de seu septo.
Quase em prantos, para ela então correu.
Escorregou no sangue, e sua cabeça no chão ele bateu.
Sentindo dor, botou a mão na cabeça e sentiu-a molhada.
"Oh meu Deus!" – gemeu o Filho da Puta e depois arremeteu –
"Me digam por favor que não estou com a cabeça rachada!"
"Deixe de ser idiota, irmão querido mais burro que uma ostra." –
sussurrou Flor de Eucalipto, que depois continuou –
"o cérebro que vê não saiu de sua cabeça, mas de outra..."
"Flor de Eucalipto, minha irmã!
Você ainda vive? Você está sã?"
"Mas que sã eu poderia estar,
se meus miolos não param de vazar?
Eu vou morrer irmão, e é com certeza que eu digo.
Parece que realmente tombei pela bala do inimigo.
O que dói não é perder meu irmão ou a chance de dominar o mundo.
Ter sido assassinada por aquela bisca, isso sim é que machuca fundo!"
"Pare com essas bobagens irmã, ainda não chegou sua hora final.
Ainda temos bastante tempo, dá pra te levar para o hospital.
Você sabe que nos últimos anos foi muito o que a medicina melhorou.
Talvez eles até consigam botar de volta todo seu cérebro que escapou.
Tenho que pegar seus miolos antes que seja tarde.
Vamos ver... Você sabe onde consigo um balde?"
"E como você vai pegá-lo? Com um rodo?
Deixe de ser bobo irmão, você iria esmagá-lo todo.
E eu sinto lentamente todas minhas memórias indo.
Cada neurônio que vaza, é mais um conhecimento caindo.
Por exemplo, está vendo aquela gosminha mais cinza ali no chão?
Era ali que estava minha memória de como preparar macarrão."
"Não posso te perder irmã, não agora que a conheci.
Temos muito para repartir, ainda nem mesmo te comi!
Me dê uns segundos para pensar,
e alguma solução eu irei encontrar.
Só faça-me o favor de esperar.
Não vá fazer a indelicadeza de parar de respirar."
"Já é tarde irmão, eu sinto que estou prestes a desfalece_...
Vê? Ago_a são as let_as que começam a desapa_ece_."
"O quê? Você não pronuncia mais o 'erre'? Incrível irmã, Mas...
Você está começando a ficar meio ridícula irmã, não achas?
Parece até um Fórmula 1 pifando, lentamente perdendo suas marchas.
Epa, e agora algo me ocorreu!
Lembrei de um filme, e a solução ele me deu!
Não sei se você assistiu esse filme, mas espero que sim.
Por acaso você assistiu "Um Espírito Baixou em Mim?"
"Acho que nunca até o fim.
Mas não é aquele com o Steve Ma_tin?"
"Isso. Eu sei que hoje não, mas muito no passado,
ele era um comediante realmente engraçado."
"Olhe meu i_mão. Infelizmente tenho que dize_ que duvido.
Mas diga logo o que pensas, pois acabo de pe_de_ um ouvido."
"No filme, uma mulher conseguia transplantar sua alma num pote.
Posso fazer isso com você, com um pouquinho de sorte.
No fundo, acho que em seu cérebro está sua alma.
O que importa é ganharmos tempo pra pensar com calma.
Então é só esfregar seus miolos em algo para transplantar seu espírito.
E teremos evitado por um tempo que você vire um fantasma esquisito.”
"Então _ápido i_mão, encha suas mãos com esses neu_ônios aqui!"
"EI! O que é essa sujeirada que vocês estão fazendo aí?" -
disse uma voz, logo atrás do Filho da Puta.
Que se assustou e no reflexo fez de seu braço uma catapulta.
Na direção da voz, uma porção de miolos ele atirou.
E foi nessa hora que Flor de Eucalipto os olhos fechou.
O Filho da Puta percebeu que de respirar sua irmã parara.
Então ele andou na direção para onde o cérebro ele atirara.
O Filho da Puta aproximou-se do ser agora besuntado de cérebro.
E perguntou, apesar do medo de descobrir ter cometido um errobro.
(não me encham por essa pequena trapaça
não tinha rima, então não façam pirraça).
"Flor de Eucalipto, minha irmã, por acaso funcionou?
Terá sua alma encarnado nesse ser que seu miolo encostou?"
"Sim, eu estou aqui, irmão!
Sua idéia funcionou bacanão!
Veja, até a letra "erre" eu falo agora!
E pra comemorar vou falar Araraquara!
Mas afinal... Dentro do corpo de quem eu agora estou?
Deixe-me olhar no espelho, pra ver quem sou."
Flor de Eucalipto levantou-se e olhou no Espelho.
"FILHO DA PUTA! COLOCOU MINHA ALMA DENTRO DO COELHO!
"Pô irmã, desculpe se era o Coelho Branco quem estava por perto.
Mas não fique brava, pelo menos ele era fofinho e também esperto..."
"Mas, e agora, como de prostituta irei trabalhar?
Por um Coelho Branco, quem iria pagar?"
"Flor de Eucalipto, deixe de ser ingrata.
Podia ser pior, eu podia ter te colocado numa rata.
Interrompa esse chororô sem mais delongas,
pois você ficou linda com essas orelhas longas."
Flor de Eucalipto olhou-se novamente.
E espantou-se com o tamanho de seu dente.
Ok, podia ser pior, ela podia ter morrido e sua alma ido embora.
Só o que incomodava era sentir aquela vontade de comer cenoura.
Foi então que uma dúvida lhe ocorreu.
"E a alma do Coelho, será que se escafedeu?"
Tentando pensar, o Filho da Puta coçou seu queixo.
Tentando lembrar o que aprendera naquela seita, a Seicho.
Não... Seicho só não... Seicho o quê?
Ah sim, o certo era Seicho-No-Ye...
"Acho que quando você sair, a alma do coelho irá voltar"-
falou o Filho da Puta e depois exclamou –
"em segurança, dentro de seu corpo, seu espírito deve estar."
Enquanto isso, muito longe, em outro lugar...
Num escuro tremendo, de fazer qualquer valentão chorar...
Estava a alma do Coelho Branco, sem entender nada.
Como ele fora parar lá? Teria sido numa porrada?
Então, do meio do pretume, mais escuro que uma revoada de urubus...
Ouviu-se uma voz que dizia: "Caminhe para a luz, Coelho, para a luz..."
"Puxa vida"- sorriu o Coelho e depois concluiu –
"Tenho que seguir essa voz que parece a do Clodovil."
Assim, o espírito do comedor de cenouras seguiu para a branca luz.
E o Coelho Branco foi para um lugar melhor, onde não servem cuzcuz.
"É, tenho certeza que a alma dele está protegida.
Certeza que ele não está morto e sua alma desaparecida" -
Enganou-se o Filho da Puta que depois desculpou-se –
"Mas, me dê um momento, coelho, digo, irmã.
Algo aqui ainda pede minha atençã.
Enquanto espera, coma essa maçã."
Ele tirou do bolso uma maçã e entregou-a para sua irmã peluda.
Depois foi para o fundo da sala, onde a vista de sua irmã não alcança.
Voltou escondendo algo na parte de trás da calça,
ali atrás mesmo, bem próximo à bunda.
"Agora podemos ir, minha irmã querida.
Verás que sua vida como coelho não será sofrida."
"Difícil crer, Filho da Puta, já que temos muito para lutar no futuro.
Tentar dominar o mundo ,sendo uma coelha, vai ser muito duro.
Mas me dê mais um minuto,
pois nem tudo é finito.
Eu sei que você acaba de me salvar,
mas um mistério ainda está no ar."
"Um mistério? Tipo uma dúvida ou adivinhação?
Então diga-me irmã, qual a pergunta que te corrói o coração?"
"Não é algo importante, apenas um mistério, e bem pequenininho..."-
falou a coelha branca Flor de Eucalipto e depois explicou –
"Por quê sinto vontade de perguntar "O quê que há, velhinho?"
“Infelizmente não tenho resposta irmã, e agora tenho pressa...
Pois o capítulo já está acabando, e ainda preciso fazer uma promessa.
E eu vou jurar em meu nome e no de Deus, HOMESSA!!!
Vou dominar o mundo, vou lutar contra Gerundina e vou te vingar...
Mas principalmente, eu JURO QUE MATO O PRÓXIMO QUE RIMAR!”
(Contenha sua impaciência , ó meu discípulo
Pois agora a história só continua no próximo capítulo:
10: "Amar É... Aquele Álbum Das Criancinhas Cabeçudinhas"
mais um capítulo sofrendo de excesso de linhas!)
12 Comments:
Yo,
esse Odair Leme é mesmo um xarope,
não entende nada nada de hip hop,
só vem aqui ficar mendigando por Ibope,
então eu quero mais que ele se foda.... ópe....
Yo Yo Yo
Chama Deus, chama o Diabo,
por que isso aqui vai pra casa do caralho, não tem tem rima aqui apenas alho, por que baralho só comendo queijo de coalho.
Yo yo yo
Adriano, tu és mesmo uma peça rara,
tu é mais tagarela que a porra de uma arara,quando leio tua novela o mundo pára, mas tenho que voltar a trabalhar... Yo...
por que a conta do telefone tá meio cara.... YO!!!
Autor,
Sei que se chama Odair Leme, né?
Que confusão, mas podia ser Odair José!
Mas esse é cantor de musica brega
o outro é autor, com o personagem principal sem as prega
Neste capitulo apareceu um rato,
eu ri muito, pois o capitulo foi um barato
O filho da puta, podia se chamar Romeu,
Mas dou graças que o mesmo não morreu
Pobre flor de Eucalipto, moça que morreu com dor
Antes ela do que eu
Assinado o leitor!
Senhores:
Venho aqui abrir minhas dores.
Esse mundo de rimas me deixou traumatizado.
E tanta poesia me deixou cansado.
Próxima rima que em algum texto eu colocar
Eu juro que meus olhos vou arrancar!
abraça
a
cara, tá foda isso. cada capítulo melhor q o outro.
rachei o bico.
abraççç
cb
tipo Faroeste Cabloco isso né?
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cb? Belura, izzatiú?
agora... Quem quer que seja nosso amigo anonymous 2... Lembrar de "Faroeste Caboclo" foi MUITO gênio. Se eu tivesse lembrado antes acho que eu teria usado...
O que rima com caboclo?
abraços
a
esse capitulo fez sua novela se superar
posso, sobre ela, no meu blog comentar?
ahahaah
Claro que pode moça, valeu!
Boa parte da diversão é ver pessoas que eu não conhecia descobrindo isso aqui. E você, além de tudo, foi a primeira pessoa a colocar um link pra novela! AHÁ!
beijos
a
caralho, muito boa essa novela!
parabéns mesmo! Conheci pelo blog da gabriela!
www.transito.zip.net
Opa! Valeu cara! Bacana que você gostou!
abraços!
a
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